segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Suspirando...

Quem sabe eu ainda
Sou uma garotinha



Esperando o ônibus
Da escola, sozinha...


Cansada com minhas
Meias três quartos
Rezando baixo
Pelos cantos
Por ser uma menina má...

Quem sabe o príncipe
Virou um chato
Que vive dando
No meu saco


Quem sabe a vida
É não sonhar...




Eu só peço a Deus
Um pouco de malandragem
Pois sou criança
E não conheço a verdade

 
Eu sou poeta
E não aprendi a amar
Eu sou poeta
E não aprendi a amar...
Bobeira
É não viver a realidade





E eu ainda tenho
Uma tarde inteira
Eu ando nas ruas
Eu troco um cheque
Mudo uma planta de lugar
Dirijo meu carro
Tomo o meu pileque
E ainda tenho tempo
Prá cantar...



 Quem sabe eu ainda sou
Uma garotinha!

(Malandragem - Cassia Eller)



Desde a adolescência, digo que esta é a música da minha vida.... Não que seja pra levar cada estrófe ao pé da letra. Mas, ainda hoje, aos quase 30, por vezes, alguns versos (em destaque) me vem à mente como a trilha sonora de uma mulher ainda menina... Ou melhor, uma eterna menina... Menina esta que ainda sonha (e muito)... E, que hora ou outra se frustra...
O problema não são os outros... Talvez seja meu modo, ainda um tanto quanto "encantado", de enxergar o mundo. Contos de fadas são lindos, ainda acredito neles... Até posso dizer que vivo um... Tenho um lindo príncipe (e que não é chato... rs), companheiro  e apaixonante, nãoo sou uma menina má, porém ainda preciso de MALANDRAGEM... Uma pitada apenas, o suficiente para que eu não viva de sonhos irrealizáveis, para que eu não me decepcione comigo mesma por não alcancar algo que na verdade não passou de fruto da minha imaginação, dos meus devaneios típicos de menina.
Quero sim, manter para sempre este ar de moleca, mas quero tambem a serenidade da mulher madura... Aquela que tira de letra pequenas decepções, que vive a realidade sem depositar expectativas nas atitudes alheias...
Quero não sentir o peito apertado, um nó na garganta e a sensação de estar sendo infantil. Quero não suspirar por banalidades, e não fazer tempestade em copo d'água. Quero aprender a usar mais a razão, e sofrer menos com o coração...

Quero aprender a sonhar com os pés no chao!

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